OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA

 

CAPITULO I – INTRODUÇÃO          

A pesquisa científica é um processo complexo e meticuloso que envolve uma série de etapas cuidadosamente planejadas e executadas. Desde a definição do assunto até a análise e interpretação dos dados, cada fase desempenha um papel fundamental na produção de conhecimento significativo e relevante para a área de estudo. Neste contexto, este estudo visa explorar e elucidar os diferentes aspectos envolvidos no processo de pesquisa científica, desde a definição do assunto até as considerações finais.

Os caminhos da pesquisa científica são os passos fundamentais que os pesquisadores seguem ao realizar investigações em diversas áreas do conhecimento (Duarte, 2024). Esses caminhos são delineados por uma série de etapas interligadas que ajudam a guiar o processo de pesquisa de forma estruturada e sistemática.


 

1.1. OBJECTIVOS

1.1.1. Objectivo Geral

·         Compreender  as diversas etapas envolvidas no processo de pesquisa científica.

1.1.2. Objectivos Específicos

·         Investigar a importância da escolha do assunto na pesquisa científica;

·         Analisar os procedimentos envolvidos na delimitação do tema da pesquisa;

·         Explorar o processo de formulação do problema de pesquisa.

 

 

 

 


 

CAPITULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 2. OS CAMINHOS DA PESQUISA CIENTÍFICA

Os caminhos da pesquisa científica são os passos fundamentais que os pesquisadores seguem ao realizar investigações em diversas áreas do conhecimento (Duarte, 2024). Esses caminhos são delineados por uma série de etapas interligadas que ajudam a guiar o processo de pesquisa de forma estruturada e sistemática. Como fruto de um processo rigorosamente planejado, a pesquisa se estrutura por meio de várias etapas (Duarte, 2024).

2.1. Definição do assunto a ser pesquisado

A definição do assunto a ser pesquisado é a selecção cuidadosa de um tópico específico dentro de um campo de estudo para investigação científica. Este assunto é escolhido com base em sua relevância, originalidade e potencial com fim de contribuir para o conhecimento existente na área (Duarte, 2024). Esta etapa envolve a identificação de uma área específica de interesse para a pesquisa. O pesquisador busca compreender o contexto e as questões fundamentais relacionadas a esse assunto. É o primeiro passo para a definição do protocolo de pesquisa. O pesquisador deverá perguntar: “O que de facto quero estudar?”. Respondida a pergunta, só então estará apto para prosseguir com a questão da pesquisa. O tema corresponde a um aspecto geral sobre uma área de interesse de determinado assunto que se deseja estudar. Dentro do tema proposto, o investigador deverá selecionar a questão da pesquisa, a qual corresponde a uma parte delimitada do assunto escolhido; é, portanto, o objectivo do estudo, a incerteza que deverá ser investigada pelo autor da pesquisa (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024). Ou seja, no estabelecimento da questão, da pesquisa, o profissional deverá partir do assunto geral, o qual deverá ser desmembrado em tópicos específicos, em partes e então, escolherá uma ou duas dessas partes para elaborar o protocolo de pesquisa (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024).

2.1.1 Importância da Escolha do Assunto

A escolha do assunto é fundamental para o sucesso de uma pesquisa científica por várias razões:

·         Relevância e Impacto: Um assunto relevante tem maior probabilidade de gerar interesse dentro e fora da comunidade científica, aumentando assim o impacto potencial da pesquisa.

·         Originalidade e Inovação: A escolha de um assunto original ou abordagem inovadora pode abrir novas perspectivas, contribuindo para o avanço do conhecimento em um campo específico.

·         Viabilidade e Acesso aos Recursos: A viabilidade do assunto é crucial para garantir que a pesquisa possa ser realizada dentro de recursos disponíveis, como financiamento, equipamentos e acesso a dados.

·         Alinhamento com Interesses e Habilidades do Pesquisador: Escolher um assunto que esteja alinhado com os interesses e habilidades do pesquisador pode aumentar sua motivação e comprometimento, resultando em uma pesquisa mais bem executada (Frota & Dos Reis, 2024).

2.2 SIGNIFICADO DA ESCOLHA DO ASSUNTO NA PESQUISA CIENTÍFICA

A escolha do assunto desempenha um papel central em todos os estágios do processo de pesquisa científica. O assunto escolhido influencia directamente a formulação da pergunta de pesquisa, determinando o foco e os objectivos da investigação. Ele define o escopo da pesquisa e orienta o planeamento e execução de experimentos, colecta de dados, análise e interpretação dos resultados. A escolha do assunto impacta a maneira como os resultados são comunicados e disseminados, influenciando a audiência-alvo e o potencial para aplicação prática dos achados.

Alguns factores devem ser levados em consideração, como por exemplo: ele (o tema) deve ser adequado às possibilidades do pesquisador, levando-se em consideração o material bibliográfico suficiente, disponível, actual e sua complexidade, haja vista que se muito complexo, exigirá um tempo maior para a realização do trabalho, facto que talvez não represente tanta viabilidade. Ainda há outros aspectos relevantes, tais como a capacidade e a formação do pesquisador, bem como suas experiências e vivências profissionais, conhecimentos anteriores e a relevância temática, ou seja, até que ponto o trabalho merece ser cientificamente investigado (Duarte, 2024).

 

 

 

 

2.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Após a definição do assunto, o pesquisador delimita o tema da pesquisa, ou seja, estabelece os limites dentro dos quais a investigação será conduzida. Isso ajuda a tornar o foco da pesquisa mais específica e viável (Duarte, 2024).

A etapa de delimitação do tema na pesquisa científica é um processo crucial que visa definir os limites e o escopo da investigação de forma precisa e clara. Essa etapa envolve uma análise detalhada e crítica do tema escolhido, a fim definir claramente quais aspectos serão abordados e quais serão excluídos, garantindo que a pesquisa permaneça focada e viável e de estabelecer fronteiras que direcionem e orientem o desenvolvimento da pesquisa (Duarte, 2024).

2.3.1 Significado da Delimitação do Tema

Delimitar o tema significa basicamente definir exatamente sobre o que será sua pesquisa. Mas não é só isso, é também decidir o que não será abordado. É como se você estivesse desenhando uma fronteira em volta do seu assunto, para que você saiba até onde ir e o que deixar de fora.

Essa parte pode ser difícil porque você precisa encontrar um equilíbrio entre ser muito específico e ser muito amplo. Se você for muito específico, pode acabar perdendo coisas importantes. Se for muito amplo, pode ser difícil analisar e entender tudo. Além disso, a forma como você delimita seu tema também depende das escolhas que você faz sobre como vai conduzir sua pesquisa. As teorias que você escolhe, as perguntas que fórmula e os métodos que usa influenciam diretamente o que você vai incluir ou excluir.

Então, delimitar o tema não é só uma questão de decidir sobre o que pesquisar, mas também pensar em como você vai fazer isso e quais são seus objectivos. É um processo que precisa ser pensado com cuidado e revisado ao longo da pesquisa, conforme você vai descobrindo mais coisas e entendendo melhor o assunto (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024).

2.3.2 Importância da Delimitação

A delimitação do tema é crucial por várias razões:

  • Foco e Clareza: Ajuda a evitar que a pesquisa se torne muito ampla e difusa, garantindo que o foco permaneça claro e específico;
  • Viabilidade: Limita o escopo da pesquisa para torná-la realizável dentro de recursos disponíveis, como tempo, financiamento e acesso a dados;
  • Relevância: Permite que a pesquisa se concentre nos aspectos mais relevantes e significativos do assunto, maximizando seu impacto e utilidade;
  • Originalidade: Ao definir claramente os limites do tema, os pesquisadores podem identificar lacunas específicas no conhecimento existente e explorar novas perspectivas de maneira mais eficaz (Jacobsen, 2024).

 2.3.3 MÉTODOS PARA DELIMITAR O TEMA

1)      Revisar a literatura existente relacionada ao assunto pode ajudar os pesquisadores a identificar lacunas de pesquisa e áreas específicas que ainda não foram exploradas. Isso pode informar a delimitação do tema, ajudando a definir quais aspectos serão abordados em profundidade;

2)      Estabelecer objectivos claros e formular perguntas de pesquisa específicas pode ajudar a delimitar o tema, concentrando-se nos aspectos mais relevantes e significativos do assunto;

3)      Conversar com especialistas no campo pode fornecer insights valiosos sobre os aspectos mais importantes e promissores do assunto, ajudando os pesquisadores a delimitar o tema de forma mais precisa;

4)      Levar em conta considerações práticas, como disponibilidade de dados, recursos e tempo, pode orientar a delimitação do tema, garantindo que a pesquisa seja viável e realizável dentro de limitações específicas;

5)      Realizar discussões em grupo com colegas, orientadores ou outros especialistas pode ajudar a refinar e aprimorar a delimitação do tema, fornecendo diferentes perspectivas e insights sobre quais aspectos são mais relevantes e dignos de investigação (Frota & Dos Reis, 2024).


 

 2.4 O PROBLEMA DE PESQUISA

O problema de pesquisa surge da identificação de lacunas no conhecimento existente, contradições teóricas, necessidades práticas ou oportunidades de contribuição para a área de estudo. É uma questão específica que a pesquisa busca responder. É o recorte mais específico, questão não resolvida e que é objecto de investigação. A ordem correcta de raciocínio é: “qual é a questão que necessita de investigação e/ou solução?” “O que ela causa?” “O que a minha pesquisa irá contribuir para solucioná-la?” (Frota & Dos Reis, 2024).

 2.4.1 Implicações na escolha do problema:

·         Relevância teórica e prática;

·         Obtenção de novos conhecimentos (levantamento bibliográfico e pesquisa exploratória).

As regras básicas para formulação do problema, na perspectiva de GIL (1995), são as seguintes:

a)      Deve ser formulado como uma pergunta;

b)      Deve ser delimitado a uma dimensão viável, ser o mais específico possível;

c)      Clareza: utilização de termos claros com significado preciso;

d)      Não deve ser de natureza valorativa (É bom, é certo etc.).

2.4.2 Características de uma boa questão de pesquisa

As características de uma boa questão de pesquisa estão mostradas no quadro I, tal como propostas Cummings, Browner e Hulley 5,6,7, no livro “Delineando a Pesquisa Clínica Uma Abordagem Epidemiológica”, onde estas características básicas são representadas pelo acrônimo FINER: factível, interessante, nova (inovadora), ética e relevante. O quadro sintetiza as principais características da questão da pesquisa e seus respectivos requisitos de aplicação (Frota & Dos Reis, 2024). Assim, para que uma questão de pesquisa seja considerada satisfatória, ela deverá apresentar as seguintes características:

 

Característica

Requisitos

Factível

• Número adequado de sujeitos

• Domínio técnico adequado.

• Viável em termos de tempo e custos.

• Escopo manejável.

Interessante

• Para o investigador

Nova (Inovadora)

• Confirma ou refuta achados anteriores.

• Expande os achados anteriores.

• Fornece novos achados.

Ética

• Cumpre as normas da resolução CNS196/96.

• Cumpre as normas das demais resoluções do CNS.

Relevante

• Para o conhecimento científico.

• Para diretrizes clínicas e de saúde.

• Para direcionamentos futuros de pesquisa.

Quadro I – Critério FINER para uma boa questão de pesquisa

Faz-se necessário que o pesquisador tenha a clara ideia do problema que deseja resolver, pois caso contrário sua pesquisa ficará sem direcionamento à efectivação dos resultados que se almeja obter. Outro aspecto que também deve ser levado em consideração é que o problema não surge do nada, mas sim como fruto de leitura e/ou observação do que se pretende pesquisar. Para tanto, leitura de obras referentes ao tema, como também observações directas ou indirectas do fenômeno (representado pelos fatos ou sujeitos) representam factores fundamentais para o bom desenvolvimento da pesquisa (Frota & Dos Reis, 2024).

2.5 FORMULAÇÃO DOS OBJECTIVOS

Com base no problema de pesquisa, são estabelecidos os objectivos da pesquisa. Estes são os resultados específicos que o pesquisador pretende alcançar com a realização da investigação. Os objectivos direcionam o processo de colecta e análise de dados. Esta parte mostra qual, ou quais são as intenções do pesquisador em relação ao tema proposto. É aqui onde será informada a proposta da pesquisa, ou seja, quais os resultados pretendidos ou quais as contribuições que a pesquisa irá proporcionar ao conhecimento científico (Duarte, 2024).

Tradicionalmente, os projectos de pesquisa contemplam dois tipos de objectivo o geral e os específicos:

·         No objectivo geral, o pesquisador propõe uma síntese dos resultados que pretende alcançar com a pesquisa;

·         Nos objectivos específicos, ele detalha as propostas desdobradas a partir do objectivo geral.

Ambos sintetizam o que o investigador pretende esclarecer e devem ser coerentes com o problema proposto e com a justificativa fornecida (Frota & Dos Reis, 2024).

2.5.1 Relevância dos Objectivos para a Pesquisa

Os objectivos são essenciais para a pesquisa por várias razões:

  1. Foco e Direcção: Os objectivos ajudam a manter o foco da pesquisa, orientando os esforços do pesquisador para alcançar metas específicas e relevantes;
  2. Organização e Planeamento: Eles fornecem uma estrutura clara para o planeamento e execução da pesquisa, dividindo o trabalho em etapas gerenciáveis e identificando as atividades necessárias para atingir cada objectivo;
  3. Avaliação e Mensuração: Os objectivos permitem que a pesquisa seja avaliada e medida com base em critérios específicos, facilitando a determinação do sucesso da pesquisa e a identificação de áreas que requerem ajustes ou melhorias;
  4. Relevância e Significado: Ao definir objectivos que abordam diretamente o problema de pesquisa, os objectivos garantem que a pesquisa seja relevante e significativa, contribuindo para o avanço do conhecimento na área de estudo (Jacobsen, 2024).

 2.6 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES

As hipóteses são suposições ou proposições testáveis que indicam uma relação entre duas ou mais variáveis em uma pesquisa. Elas são formuladas com base em conhecimento prévio, teorias existentes, observações anteriores ou raciocínio lógico e são testadas empiricamente durante o processo de pesquisa para determinar sua validade (Duarte, 2024).

Essas hipóteses ajudam a guiar a colecta e a análise de dados para verificar sua validade. Resposta provável ao problema formulado, indagações a serem verificadas na investigação, afirmações provisórias a respeito de um determinado problema.

Para criar essas hipóteses, você precisa entender bem o assunto que está estudando e olhar os dados disponíveis. É como juntar peças de um quebra-cabeça, você olha para o que já se sabe e tenta prever o que vai acontecer (Duarte, 2024).

As hipóteses são importantes porque elas guiam todo o processo de pesquisa. Elas ajudam a planejar como você vai fazer seu estudo, o que você vai medir e como vai analisar os resultados. E o mais importante, elas podem ser testadas. Isso significa que você pode fazer experimentos para ver se suas previsões estão certas ou erradas.

2.6.1 Regras para formulação da hipótese:

  • a)      Deve ter conceitos claros;
  • b)      Deve ser específica;
  • c)      Não deve se basear em valores morais;
  • d)      Deve ter como base uma teoria que a sustente.

Em suma, formular hipóteses é uma parte fundamental da pesquisa científica, onde os pesquisadores fazem suas melhores suposições sobre o que vai acontecer em seus estudos com base no que já sabem. Essas suposições são como uma bússola que guia toda a investigação (Frota & Dos Reis, 2024).

2.7 FORMULAÇÃO DA JUSTIFICATIVA

Esta, por sua vez, consiste em apresentar motivos suficientes para a realização do trabalho, cujo intuito principal é que o leitor adquira visões semelhantes àquelas do pesquisador, partindo de alguns princípios básicos (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024):

·         O tema é relevante o suficiente para merecer uma investigação científica?

·         Até que ponto ele terá importância social, científica ou acadêmica?

·         Que contribuições ele trará para a sociedade em geral ou para um grupo social específico ao encaminhar a solução para uma problemática até então instaurada?

2.7.1 Importância da Justificativa

A justificativa é uma parte essencial de uma proposta de pesquisa ou de um projecto acadêmico, pois fornece uma explicação detalhada e fundamentada sobre por que a pesquisa é necessária e relevante. Ela estabelece a base para o estudo, demonstrando sua importância e contribuição potencial para o conhecimento existente na área.

A justificativa explica por que a pesquisa é relevante e importante. Ela destaca a necessidade de abordar o problema de pesquisa identificado e demonstra como a investigação contribuirá para o avanço do conhecimento na área.

A etapa de formulação da justificativa na pesquisa científica é como contar a história do porquê sua pesquisa é importante. É uma explicação detalhada de por que você está fazendo sua pesquisa, qual é a relevância dela e como ela pode contribuir para o conhecimento existente. Imagine que você está tentando convencer alguém a embarcar em uma jornada com você. Você precisa explicar por que essa viagem é importante, quais problemas ela vai resolver e por que vale a pena fazer esse esforço (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024).

2.7.2 Regras para formulação da justificativa

Para formular a justificativa, você precisa primeiro identificar uma lacuna no conhecimento ou uma questão não resolvida em sua área de estudo. Depois, você precisa mostrar como sua pesquisa pode ajudar a preencher essa lacuna ou responder a essa pergunta. Isso pode envolver explicar como sua pesquisa pode levar a avanços teóricos, resolver problemas práticos ou beneficiar a sociedade de alguma forma (Frota & Dos Reis, 2024).

Além disso, você também precisa mostrar por que sua pesquisa é única e necessária. Isso pode envolver destacar as limitações de pesquisas anteriores, demonstrar como sua abordagem é inovadora ou explicar por que sua pesquisa é relevante em um contexto mais amplo (Frota & Dos Reis, 2024).

2.8 DEFINIÇÃO DOS MÉTODOS E PROCEDIMENTOS DA INVESTIGAÇÃO

 O pesquisador decide sobre os métodos específicos que serão utilizados para colectar e analisar dados. Isso inclui escolher entre abordagens qualitativas, quantitativas ou mistas, e detalhar os procedimentos que serão seguidos durante a pesquisa (Jacobsen, 2024).

A etapa de definição dos métodos e procedimentos da investigação na pesquisa científica é como criar um plano detalhado para conduzir seu estudo. É onde você decide como vai colectar e analisar os dados que precisa para responder suas perguntas de pesquisa (Jacobsen, 2024).


 

2.8.1 Escolha dos Métodos de Pesquisa

Existem diferentes tipos de métodos, dependendo do tipo de pesquisa que está realizando, como:

  1. Métodos Quantitativos: Utilizados para colectar e analisar dados numéricos e objectivos. Incluem pesquisas por questionário, experimentos controlados, análise estatística, entre outros.
  2. Métodos Qualitativos: Usados para explorar significados, interpretações e experiências. Incluem entrevistas em profundidade, estudos de caso, observação participante, análise de conteúdo, entre outros.
  3. Métodos Mistas: Combinação de abordagens quantitativas e qualitativas para fornecer uma compreensão mais abrangente do fenômeno em estudo.
  4. Métodos Experimentais: Utilizados para testar relações de causa e efeito sob condições controladas. São comumente usados em Ciências Naturais, mas também podem ser aplicados em Ciências Sociais e Humanas.
  5. Métodos Survey: Envolvem a colecta de dados de uma amostra de uma população usando questionários padronizados ou entrevistas estruturadas.

A escolha do método de pesquisa depende da natureza do problema de pesquisa, das perguntas de pesquisa, da disponibilidade de recursos e da viabilidade da colecta de dados (Jacobsen, 2024).


 

2.8.2 Descrição dos Procedimentos Adotados

Os procedimentos adoptados descrevem detalhadamente como a pesquisa será conduzida, incluindo as etapas específicas que serão seguidas. Alguns elementos que podem ser incluídos na descrição dos procedimentos são:

  1. Selecção da Amostra: Descrição do método de selecção da amostra, incluindo critérios de inclusão e exclusão, tamanho da amostra e técnicas de amostragem utilizadas.
  2. Colecta de Dados: Descrição dos métodos e instrumentos utilizados para colectar dados, como questionários, entrevistas, observações. Também inclui detalhes sobre o ambiente de colecta de dados e os procedimentos para garantir a validade e confiabilidade dos dados.
  3. Análise de Dados: Descrição dos métodos e técnicas que serão utilizados para analisar os dados colectados, incluindo análise estatística, análise de conteúdo, etc.
  4. Aspectos Éticos: Descrição das medidas tomadas para garantir a protecção dos participantes, incluindo obtenção de consentimento informado, garantia de confidencialidade e anonimato, e conformidade com padrões éticos e regulamentações relevantes.
  5. Cronograma: Estabelecimento de um cronograma que detalha o tempo estimado para cada etapa da pesquisa, desde o planeamento até a análise dos resultados.

 A definição dos métodos e procedimentos da investigação é como traçar o mapa para sua pesquisa. É onde você decide como vai chegar aos seus objectivos, garantindo que sua pesquisa seja conduzida de maneira ética, confiável e eficaz (Jacobsen, 2024).

 2.9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta etapa, o pesquisador revisa e apresenta teorias, conceitos e estudos anteriores relevantes para o tema da pesquisa. Isso envolve a revisão da literatura relevante e a identificação de teorias e conceitos que são pertinentes para a pesquisa em questão. Isso ajuda a embasar o estudo dentro do contexto teórico existente e fornece uma base sólida para a análise e interpretação dos resultados. A fundamentação teórica na pesquisa científica é como construir as bases de uma casa. É onde você coloca os alicerces sólidos, usando teorias, conceitos e estudos anteriores para apoiar o seu trabalho (Jacobsen, 2024).

Imagine que você está construindo uma casa. Antes de começar a erguer as paredes, você precisa ter certeza de que o terreno está firme e estável. Da mesma forma, na pesquisa científica, a fundamentação teórica é como garantir que suas ideias tenham uma base sólida para se apoiar. (Jacobsen, 2024).

Para isso, você revisa o que outros pesquisadores já descobriram sobre o assunto. Isso pode incluir teorias estabelecidas, resultados de estudos anteriores e conceitos relevantes. É como consultar um mapa antes de fazer uma viagem, você quer ter certeza de que está indo na direcção certa e que conhece o terreno que está prestes a explorar.

Ao fundamentar sua pesquisa teoricamente, você está mostrando que ela se encaixa dentro do contexto existente, que está construindo sobre o trabalho de outros e que está contribuindo para o avanço do conhecimento na área. É como adicionar tijolos a uma parede, cada teoria ou estudo anterior que você usa fortalece a estrutura do seu próprio trabalho.

Em resumo, a fundamentação teórica na pesquisa científica é como construir uma base sólida para o seu estudo, usando teorias, conceitos e estudos anteriores para apoiar suas ideias e garantir que sua pesquisa seja relevante e significativa (Jacobsen, 2024).

2.10 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação dos dados na pesquisa científica são como decifrar um enigma usando pistas. Depois de colectar todos os dados necessários para sua pesquisa, é hora de examiná-los cuidadosamente para descobrir o que eles estão dizendo.

Uma vez colectados os dados, o pesquisador os analisa e interpreta em relação aos objectivos da pesquisa. Isso envolve a aplicação de técnicas estatísticas, qualitativas ou mistas para identificar padrões, relacções ou significados nos dados (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024).

Processo de Análise de Dados:

  1. Organização dos Dados: O primeiro passo na análise de dados é organizar os dados colectados de acordo com o método de colecta. Isso pode envolver a tabulação de dados quantitativos ou a categorização e codificação de dados qualitativos.
  2. Limpeza dos Dados: Os dados são revisados para identificar e corrigir possíveis erros, omissões ou inconsistências. Isso pode incluir a remoção de valores ausentes, a identificação de outliers e a verificação da consistência dos dados.

 

  1. Aplicação de Técnicas de Análise: Dependendo da natureza dos dados e dos objectivos da pesquisa, diferentes técnicas de análise podem ser aplicadas. Isso pode incluir análise estatística descritiva, análise inferencial, análise de regressão, análise de conteúdo.
  2. Identificação de Padrões e Tendências: Durante a análise, os pesquisadores buscam identificar padrões, tendências ou relações entre variáveis nos dados. Isso pode envolver a realização de testes estatísticos para determinar se as diferenças observadas são estatisticamente significativas.
  3. Contextualização dos Resultados: Os resultados da análise são interpretados à luz do contexto teórico e conceitual da pesquisa, bem como da revisão da literatura relevante. Isso ajuda a dar sentido aos resultados e a entender suas implicações dentro do campo de estudo.

Por exemplo, se você está estudando como a temperatura afecta o crescimento das plantas, pode comparar os dados de crescimento das plantas em diferentes temperaturas e usar análises estatísticas para ver se há uma relação entre elas (Fontelles, Simões, Farias, & Fontelles, 2024).

2.11 Interpretação dos Resultados Obtidos:

  1. Relação com Hipóteses: Os resultados são comparados com as hipóteses da pesquisa para determinar se estas foram confirmadas ou refutadas. Isso ajuda a responder à pergunta de pesquisa e a testar as previsões teóricas.
  2. Significado Teórico: Os resultados são interpretados à luz das teorias e conceitos relevantes discutidos na fundamentação teórica. Isso ajuda a explicar por que certos padrões ou relações foram observados nos dados.
  3. Implicações Práticas: Os resultados são discutidos em termos de suas implicações práticas e possíveis aplicações no mundo real. Isso ajuda a destacar a relevância e importância da pesquisa para além do contexto acadêmico.
  4. Limitações da Pesquisa: As limitações do estudo são reconhecidas e discutidas, incluindo possíveis fontes de viés, erros ou outras restrições metodológicas que possam afectar a interpretação dos resultados.
  5. Sugestões para Pesquisas Futuras: Com base nos resultados obtidos, são feitas sugestões para pesquisas futuras, destacando áreas que necessitam de investigação adicional ou extensão do estudo (Frota & Dos Reis, 2024).

Depois de analisar os dados, é hora de interpretá-los. Isso significa tirar conclusões com base nos resultados da análise. Você precisa entender o que os dados estão dizendo e o que isso significa para sua pesquisa.

Por exemplo, se seus dados mostrarem que as plantas crescem mais rapidamente em temperaturas mais altas, você pode concluir que a temperatura tem um efeito significativo no crescimento das plantas.

Em resumo, a análise e interpretação dos dados na pesquisa científica são como decifrar um código para entender o que seus dados estão comunicando. É uma parte crítica do processo de pesquisa, pois permite que você tire conclusões e faça inferências com base nos resultados de sua investigação (Frota & Dos Reis, 2024).

2.12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As considerações finais na pesquisa científica são como o epílogo de um livro ou o final de um filme. É onde você amarra todas as pontas soltas, resume os principais pontos da sua pesquisa e compartilha suas conclusões e reflexões finais.

É como dar um passo para trás e olhar para o quadro geral depois de ter feito todo o trabalho duro de colecta de dados, análise e interpretação. Você precisa resumir o que aprendeu e como isso contribui para a compreensão do seu campo de estudo. Além disso, as considerações finais também podem incluir sugestões para pesquisas futuras.

Depois de concluir sua pesquisa, você pode perceber que há mais perguntas a serem respondidas ou áreas que precisam ser exploradas mais a fundo. Isso pode ajudar a orientar o trabalho de outros pesquisadores no futuro.

Também é importante refletir sobre os desafios e limitações da sua pesquisa. Nenhuma pesquisa é perfeita, e é importante reconhecer as áreas onde sua pesquisa pode ter sido limitada ou onde há espaço para melhorias (Jacobsen, 2024).

2.12.1. Implicações dos resultados para a área de estudo

Por fim, as considerações finais oferecem uma oportunidade para destacar a importância e as implicações práticas ou teóricas do seu trabalho. Isso ajuda a mostrar por que sua pesquisa é relevante e por que as pessoas deveriam se importar com seus resultados. O pesquisador apresenta as considerações finais, que incluem uma síntese dos principais resultados, conclusões tiradas a partir dos dados analisados, implicações práticas e teóricas da pesquisa, além de sugestões para pesquisas futuras (Frota & Dos Reis, 2024).


CAPITULO III – CONCLUSÃO

Na realização desse trabalho foi possível concluir que cada etapa desempenha um papel fundamental na produção de conhecimento relevante e significativo em uma determinada área de estudo. Desde a definição cuidadosa do assunto a ser pesquisado até as considerações finais, cada passo é crucial para garantir a qualidade e a validade do trabalho realizado.

A escolha criteriosa do assunto de pesquisa é o ponto de partida essencial, pois define o escopo e os objectivos da investigação. A delimitação do tema ajuda a focar a pesquisa e a torná-la mais viável, enquanto a formulação do problema de pesquisa estabelece a questão central que a pesquisa busca responder.

Finalmente, as considerações finais oferecem uma oportunidade para resumir os principais pontos da pesquisa, destacar suas implicações para a área de estudo e sugerir direcções para pesquisas futuras. Em última análise, o processo de pesquisa científica é um esforço contínuo para avançar o conhecimento e resolver questões importantes dentro de uma determinada disciplina.


 

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Duarte, V. M. (5 de Abril de 2024). Pesquisa Cientifica. Obtido de Brasil Escola : https://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/pesquisa-cientifica.htm

FONTELLES, M. J., SIMÕES, M. G., FARIAS, S. H., & FONTELLES, R. G. (5 de Abril de 2024). weby. Obtido de cercomp: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/150/o/Anexo_C8_NONAME.pdf

Frota, M. G., & Dos Reis, A. S. (5 de Abril de 2024). Guia básico para a elaboração do projeto de pesquisa. Obtido de ufmg: https://www.ufmg.br/proex/cpinfo/educacao/docs/06a.pdf

JACOBSEN, A. D. (5 de Abril de 2024). files. Obtido de Paginas: https://cursodegestaoelideranca.paginas.ufsc.br/files/2016/03/Apostila-Orienta%C3%A7%C3%A3o-ao-TCC.pdf

 

 

 

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